terça-feira, 5 de julho de 2011

Do Caderno CRH,da revista quadrinestral de ciências sociais editada pelo centro de Recursos Humanos da universidade Federal da Bahia,no Cad. CRH vol.22 no.55 Salvador jan./Apr. 2009,fala sobre Finanças, consumo e circuitos da economia urbana na cidade de São Paulo.

Partindo do novo papel financeiro e organizacional da cidade de São Paulo, buscamos compreender as interferências do circuito superior sobre o circuito inferior. Ambos os circuitos diferenciam-se pelos graus de capital, tecnologia e organização. Existe uma oferta extraordinária de crédito desburocratizado, realizada por instituições financeiras bancárias e não-bancárias, redes, franquias e outlet de eletrodomésticos, roupas e materiais de construção A complexa organização financeira do circuito superior, apoiada nos atuais sistemas técnicos e na propaganda, permite a expansão social e territorial dos seus mercados, evitando capacidades ociosas e invadindo os mercados tradicionalmente pertencentes ao circuito inferior. Ainda que se trate de um fenômeno nacional, sua densidade, na metrópole paulista, é indiscutível, com a maior concentração de estabelecimentos e dinheiro. Criam-se novos nexos de subordinação, e as áreas mais concentradas da metrópole tornam-se localizações necessárias para essas grandes empresas. Aumentam, concomitantemente, o consumo e a pobreza.
"A metrópole é um grande meio de produção material e imaterial, lugar de consumo e nó de comunicações. Para ali convergem resultados contraditórios de um processo de modernização, porque abriga a parcela mais significativa das atividades hegemônicas de produção e controle, com os salários mais altos e, ao mesmo tempo, as mais diversas escalas de renda, incluindo os salários mais baixos de uma nação.
Atividades bancárias e financeiras, comércios, indústrias e serviços modernos, frequentemente orientados para a exportação, constituem o circuito superior. Derivado dele, identificamos uma economia pobre, constituída por atividades de fabricação, comércio e serviços cujo grau de capitalização, tecnologia e organização é relativamente baixo. É o circuito inferior da economia urbana (Santos, 1975)."
Discutiremos aqui o papel que o sistema financeiro e as novas formas organizacionais de algumas empresas comerciais exercem na consolidação de um moderno circuito superior e suas interferências no circuito inferior da economia urbana. Nos dias de hoje, existe uma oferta extraordinária de crédito de instituições financeiras bancárias e não-bancárias, redes, franquias e outlet de eletrodomésticos, roupas e materiais de construção. Uma profusão de formas de crédito pessoal favorece o aumento do consumo e, simultaneamente, o endividamento, a inadimplência e a insolvência. As novas formas de venda de bens, serviços e inclusive dinheiro estão estreitamente vinculadas às novas configurações do meio construído na cidade de São Paulo, como as localizações em áreas de maior densidade do circuito inferior.
Neste caderno aprtir no vol.22 da ed.nº55, tratam de assuntos como as DIVISÕES TERRITORIAIS DO TRABALHO E SUAS ESCALAS,A INTERFERÊNCIA DO DINHEIRO GLOBAL NA CIDADE,DA OFERTA DESENFREADA À PROCURA DESENFREADA DE CRÉDITO NA CIDADE,APROPRIAÇÃO DO DINHEIRO SOCIAL E VALORIZAÇÃO DESIGUAL DO MEIO CONSTRUÍDO: algumas premissas, citando autores como SASSEN, Saskia. El reposicionamiento de las ciudades y regiones urbanas en una economía global: ampliando las opciones de política y gobernanza. Revista EURE, Santiago de Chile, v. 33, n. 100, p. 9-34, 2007.

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