quarta-feira, 6 de julho de 2011

GLOBALIZAÇÃO E CIDADES


 
Ao decorrer da Disciplina das Expressões da Questão Social II , através de aulas expositivas e dos textos de temas agregados a (des) ordem urbana ,segregação , pobreza e vunerabilidade tive a possibilidade de observar através destas aulas a dinâmica da reordenação urbana no que se diz da globalizção ,como sendo uma rede global de interesses estratégicos através de uma centralidade geográfica , não mais sendo reduzida a noção de Estado Nacional , mas sim um complexo de relação entre Estados nacionais economicamente global surgindo asssim a criação das regiões transnacionais , que são unidades , não coesas e que dividem o mesmo território a nível espacial e organizacional no processo evidente nas cidades globais, que se utilizam de condições que caracterizam a articulação de um mercado global incluindo as cidades globais.
Estas cidades globais Inter-relacionados nos marcos de uma problemática geral - a crise metropolitana. Essa crise, que é a manifestação mais visível da questão urbana no Brasil de hoje (problema que está longe de se restringir às grandes cidades), possui muitos fatores geográficos distintos(da internacionais à local), e abrangem numerosos aspectos, de problemas que são atualizados ao aprofundamento da análise de suas causas e consequências,tais como a questão de áreas urbanizadas e áreas onde dominam paisagens tipicamente rurais ,e paqisagens urbanas que ganham em seu aprofundamento muita das vezes geração da questão da segregação segregação sócio–espacial ,daí trazendo a máxima da questão das períferias, como sendo a visão da marginalidade , da pobreza , e do urbano como sendo o central, local de intenso fluxo de capital , e de inúmeras possibilidades de supervalorizadas ,porém fragil e vunerável como o “medo,e obsseção” , sendo a resultante do processo individual,servindo como “polarização dos espaços” para a criação de fortalezas(a exemplo dos condomínios)como forma de driblar tal insegurança , que ao mesmo tempo restringi o acesso e o direito de ir e vir,e de mobilidade espacial nos centros urbanos , chamada por Bauman de “modernidade líquida“,onde e discutida a relação dos seres que habitam e utilizam os centros urbanos.
Torna-se presente também a questão da cidade moderna,onde o urbano e a cidadania da direito ao acesso de centros urbanos , problematizando a questão do formal e do informal , através do ponto de referência baseado nas favelas do Rio de Janeiro , onde são vistas através de uma conotação negativa.Existem dois conceitos segundo Marcelo B. Burgos de pensar a cidade. O primeiro eo conceito de controle negociado criado através da negociação da idéia do clientelismo e assistencialismo como forma de emamcipação, criando assim uma categorização da população,e condição de subalternização associando ao“favelado“.Já o conceito de cidade escassa que remete a noção da baixa capacidade do Estado em prover da condição de universalização,logo tornando a viabilizaçaõ dessa universalização por vias da população,por falta de reconhecimento da população dos meios coletivos, e públicos torna a mídia,o mercado e a religião uma das fontes produtoras de integração social.Mostra-se complexa a questão urbana e o acesso a esses espaços,tornando cada vez mais disputados pelos que não detém o acesso economicamente,e pelos que provém dele socialmente.

terça-feira, 5 de julho de 2011

A Globalização e seus reflexos na Cidade

A partir das aulas tivemos a oportunidade de observar inúmeros elementos que conferem certa dinâmica a cidade. Ao pensar a transição dos determinantes principais das dinâmicas das cidades compreende-se que nos séculos XVII e XIX as cidades eram moldadas de acordo com o os dinamismos dados pelas fábricas. Atualmente, nas grandes cidades não há concentração de grandes parques industriais. O motivo para tal fato é o processo de descentralização da produção dado pela terceira revolução industrial (Revolução Técnico-cientifico-informacional), mas também essa revolução abrange os sistemas de comunicação e transporte, dando uma idéia de compressão do espaço-tempo.
Assim a partir do reordenamento das demandas da globalização, São Paulo como uma cidade global possui como vocação os negócios, por conta do grande fluxo de informações e transações de negócios ligadas ao mundo, já o Rio de Janeiro é visto como uma cidade voltada para eventos e de acordo com a lógica da globalização as cidades buscam sua vocação gerando as chamadas hierarquias de cidades.
A globalização é colocada como um ser de inteligência própria que impõe sua vontade de forma a transformar e determinar o futuro e presente. Com o poder de modificar e dar novos rumos a economia, à cultura e as relações sócias como também a política em todas as cidades este modo de ver a globalização ratifica seu caráter absoluto inquestionável de uma realidade dada e acabada. De forma que impossibilita questionamentos e oposições uma vez que traz em si uma só visão a - espacial da globalização...
Sob esta ótica, as desigualdades e as diferentes formas de “exclusão” continuam são justificadas como derivadas de estágios de avanços ou atraso de uma dada sociedade frente a um modelo econômico como o papel cada vez menor do estado, o inimigo da justiça social e de valores culturais.
O mercado mundial de cidades e o novo modelo de gestão urbana atrelado ao empreendedorismo urbano, tornando-as capazes de atrair o público qualificado que lhe propicie investimentos e que sejam potenciais consumidores, o que não é o perfil da maioria dos moradores da cidade, principalmente os moradores dos subúrbios, que vivem em situações de pobreza, exclusão, segregação, preconceito discriminação, desemprego, subemprego falta de participação política e dificuldade de mobilidade deixando-os isolados cada vez mais do restante da cidade, ou melhor, do lugar onde as coisas acontecem.

população em situação de rua no Centro da cidade
 A violência é outro fator que é resultado de várias modalidades de desigualdades a pobreza não deve ser compreendida como único fator de desigualdade ou reduzida a critérios meramente econômicos. A valorização do individualismo em que as pessoas se enclausuram em seu mundo particular e virtual em que o sentido de comunidade não é mais o mesmo, os laços de solidariedade são rompidos, é um processo de ruptura nas relações que se tornam cada vez mais virtuais mesmo que de forma desigual a população mais pobre vem tendo acesso a internet o que da principalmente aos mais jovens o sentido de pertencimento á este mundo globalizado mesmo que de forma virtual, a inclusão digital e proporcionada por ONGs e instituições que atual dentro de comunidades, no o que se destaca são as Lan House de forma muita das vezes ilícitas como gatonet, gatovelox sendo viabilizando pelas ações do trafico ou milicianos que ao mesmo tempo em que agem com violência na localidade possibilita o acesso a recursos informacional.
A globalização não abrange da mesma forma e tão pouco tem contribuído para superação das desigualdades inerentes da sociedade capitalista como desemprego, em larga escala a informalidade o crescimento da violência e criminalidade o agravamento dos problemas ambientais que prejudica toda cidade sendo a população pobre aos que são mais atingidos por esses problemas. Os citadinos de países pobres vivem em seu cotidiano a realidade desfavorável quanto às possibilidades de acesso e de escolhas e dificuldade de mobilidade.
O que pode se concluir é que os gestores desta cidade mesmo com o caos urbano explicitamente recorrente têm suas ações voltadas para capacitar a cidade para que esteja seja atraente ao capital estrangeiro, e seus problemas cotidianos são deixados a margens sem resposta ou com ações como choque de ordem que acontece principalmente para esconder de vias como Av. Brasil, Linha Amarela e linha vermelha os ambulantes e as favelas, agora são encobertas por placas de acrílico com pinturas de paisagens e monumentos turísticos da cidade o motivo para tal investimento é para diminuir a poluição sonora nas comunidades, (não tem nada haver em serem as vias em que os turistas atravessam a cidade quando chegam ao aeroporto internacional) na tentativa de esconder as mazelas da cidade. As demandas reais são negligenciadas para que os investimentos sejam voltados para aqueles que se pretende atrair turistas empresários.
As contradições geram na cidade a essência do medo. Medo da violência que atinge todas as casas pela colagem da cidade feita pela mídia, onde a população busca o direito ao uso da cidade no âmbito privado. E o lazer que era feito na esfera publica (praças) passam para a esfera privada (shoppings). Com isso, as relações passam a serem superficiais, ocorre o estranhamento. Os vizinhos mal se cumprimentam. E a lógica da cidade é cada vez mais mercadológica.
Fotos de Cidade Jardim | Barra da Tijuca
A cidade é apresentada como heterogênea, pois em sua paisagem fica clara a grande contradição e as desigualdades ali existentes (riqueza versus pobreza; velho e o novo). E assim, a cidade se torna complexa, surgem novos atores, aparecem novas disputas pelo uso do solo urbano (favela versus condomínios fechados) e outras territorializações.
Há uma nova urbanidade, novos hábitos e novos usos. Num espaço que oscila entre a propriedade privada e o uso coletivo, encontram uma envolvente onde tudo está organizado, o ambiente a temperatura estão controlados, onde os nossos passos estão vigiados e onde se as pessoas se sentem seguras, apesar de ser – ou talvez por este for – um local onde a idéia de interação autêntica entre os cidadãos desapareceu por completo. O enorme sucesso dos ambientes controlados dos gigantescos centros comerciais e procuram reproduzir as estruturas e os elementos morfológicos urbanos tradicionais – como as ruas, as praças, os jardins ou os quarteirões– e que não são mais do que tentativas de cópia ou reprodução imperfeita do espaço público urbano tradicional, são a prova desta mudança de perspectiva, que agora identifica uso com consumo e segurança com privatização.
Então, a cidade é o palco de transformações constantes, de intenso processo de fragmentação dos espaços e das relações sociais, das territorializações, dos conflitos, das contradições. Mas também, é o lugar da arquitetura, da política, da administração, do comércio, da cultura e da primeira manifestação dos valores urbanos (que a transcende e chega ao rural). Por isso, conhecer a cidade é detalhar e desmistificar todos seus problemas e suas vantagens.
Texto Final: Postado por Carolina Périssé

Referências:
Bibliografia utilizada em sala de aula
Curiosidades sobre o Rio de Janeiro .
Títulos conquistados pelo Rio de Janeiro segundo informações do
IPP - Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (extraído dehttp://www.rio.rj.gov.br/web/ipp/exibeconteudo?article-id=871290).


- O Cristo Redentor foi eleito uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo.

- A praia de Copacabana foi eleita pelo site AskMen, com 5 milhões de leitores,como a praia mais bonita do mundo.

- Uma pesquisa promovida pelo site "The Blue Sky Explorer",(o explorador do céu azul) escolheu, entre 19 concorrentes em seis continentes, o céu do Rio de Janeiro como o céu mais azul do mundo seguindo os critérios do NPL-The Nacional Physical Laboratory.

- Sede definitiva do Congresso e Exposição da ABAV no Riocentro que se firmou como o maior e melhor Centro de Convenções da América do Sul.

- A cidade do RIO foi escolhida em pesquisa de duas universidades americanas – a Universidade de Michigan e a Universidade da Califórnia – como a Capital Mundial da Gentileza.

- O Carnaval foi eleito pelos Internautas do Site Fun Party como a Melhor Festa do Mundo.

- O Rio por Vuitton – O Rio de Janeiro é a sexta cidade escolhida pela empresa francesa Louis Vuitton para integrar a série ‘’carnets de voyages’’.

- Pão de Açúcar em Marte. O Rio ganhou uma homenagem a 200 milhões de quilômetros de distância, em Marte. O cientista brasileiro Paulo Souza, da Nasa, batizou uma rocha marciana de Pão de Açúcar. Agosto, 2004.

- A revista canadense En Route, publicada pela Air Canadá divulgou em Novembro de 2004 uma pesquisa curiosa onde mostra que o Rio de Janeiro é considerada a cidade mais civilizada do mundo. Os índices utilizados foram a facilidade de consumo de refrigerante/ cerveja, petiscos frescos e apetitosos, aparência fashion dos habitantes, facilidade de locomoção e coisas interessantes de se encontrar na rua.

- A revista Forbes-Traveler compilou uma lista em 2007, que inclui o Rio de Janeiro, entre dez outras cidades no mundo, como a melhor cidade para passar um longo fim de semana divertido e diferente.

- A Academia dos Recordes Mundiais concedeu o certificado à empresa Fireworks do Brasil de “Maior Show Pirotécnico Embarcado Mundo” no Réveillon 2008 que iluminou os 4km da Praia de Copacabana no Riode Janeiro, por 22 minutos.

- O Rio de Janeiro foi escolhido o melhor destino na América do Sul segundo concurso do World Travel Awards 2009.Ipanema ficou com o título "A melhor praia do continente".


SÍNTESE GEOGRÁFICA

A cidade do Rio de Janeiro, constituída por paisagens de excepcional beleza cênica, tem na água e na montanha os regentes de sua geografia exuberante.
A diversidade topográfica do Rio de Janeiro se estende à cobertura vegetal. Florestas recobrem encostas e espécies remanescentes de mata atlântica são preservadas no Parque Nacional da Tijuca. Mata de baixada, restingas e manguezais são preservadas nas áreas de proteção ambiental de Grumari e Prainha.

Embora a cidade tenha se tornado uma das maiores áreas urbanas do mundo, cresceu em volta de uma grande mancha verde, que responde pelo nome de Floresta da Tijuca, a maior floresta urbana do mundo, que continua mantendo valiosos remanescentes de seus ecossistemas originais, mesmo tendo sido replantada no século XIX. Foi o primeiro exemplo de reflorestamento com espécies nativas. A interferência do homem trouxe ainda mais natureza para a cidade com a construção de parques, praças e jardins.

Aos poucos os ecossistemas foram sendo protegidos pela legislação ambiental e uma grande quantidade de parques, reservas e área de proteção ambiental foram sendo criados para garantir sua conservação.

POSIÇÃO GEOGRÁFICA

A cidade do Rio de Janeiro está situada a 22º54'23" de latitude sul e 43º10'21" de longitude oeste, no município do mesmo nome: é a capital do Estado do Rio de Janeiro, um dos componentes da Região Sudeste do Brasil. Ao norte, limita-se com vários municípios do Estado do Rio de Janeiro. É banhada pelo oceano Atlântico ao sul, pela Baía de Guanabara a leste e pela Baía de Sepetiba a oeste. Suas divisas marítimas são mais extensas que as terrestres.

ÁREA METROPOLITANA

A Região Metropolitana do Rio de Janeiro é composta por outros 17 municípios - Duque de Caxias, Itaguaí, Mangaratiba, Nilópolis, Nova Iguaçu, São Gonçalo, Itaboraí, Magé, Maricá, Niterói, Paracambi, Petrópolis, São João de Meriti, Japeri, Queimados, Belford Roxo, Guapimirim - que constituem o chamado Grande Rio, com uma área de 5.384km.

DIMENSÕES

A área do município do Rio de Janeiro é de 1.255,3 Km², incluindo as ilhas e as águas continentais. Mede de leste a oeste 70km e de norte a sul 44km. O município está dividido em 32 Regiões Administrativas com 159 bairros.

RELEVO

O relevo carioca está filiado ao sistema da serra do Mar, recoberto pela floresta da Mata Atlântica. É caracterizado por contrastes marcantes, montanhas e mar, florestas e praias, paredões rochosos subindo abruptamente de baixadas extensas, formando um quadro paisagístico de rara beleza que tornou o Rio mundialmente conhecido como a Cidade Maravilhosa. O Rio de Janeiro apresenta três importantes grupos montanhosos, mais alguns conjuntos de serras menores e morros isolados em meio a planícies circundadas por esses maciços principais.

RIOS

O maior rio genuinamente carioca é o Cabuçu ou Piraquê que deságua na Baía de Sepetiba após um percurso de 22km. Os mais conhecidos são: Carioca, primeiro a ser utilizado no abastecimento da população, rio histórico, hoje quase totalmente canalizado e o Cachoeira, por ser o formador das mais belas cascatas da Floresta da Tijuca, como a Cascatinha Taunay e o Salto Gabriela. O rio Guandu, originário de município vizinho, é o curso d'água de maior importância e, abastece de água potável a cidade.

LAGOAS

São poucas, pequenas e costeiras. A maior delas, a de Jacarepaguá, tem cerca de 11km² de área, conhecida também por Camorim e Tijuca. A de Marapendi tem 3.765m² de superfície e está separada da anterior pela restinga de Jacarepaguá e do oceano pela restinga de Itapeba. Além dessa, encontra-se na Baixada de Jacarepaguá a Lagoinha, com cerca 172m².
A Lagoa Rodrigo de Freitas, antiga de Sacopenapã, uma das paisagens mais bonitas do Rio, é constituída por um espelho d'água com aproximadamente 2,4 milhões de metros quadrados na forma de um coração, que se tornou famoso e conhecido como o "Coração do Rio". Suas margens, cercadas por parques, quadras de esportes, quiosques para alimentação, pistas para caminhadas e para passeios de bicicleta, são um dos principais pontos de atração da cidade.

LITORAL

Com extensão calculada em 246,22km divide-se em três setores: Baía de Guanabara, Oceano Atlântico propriamente dito e Baía de Sepetiba. O primeiro dos citados é o maior, o mais recortado e o de mais antiga ocupação. Vai da foz do Rio São João de Meriti até o Pão de Açúcar. É baixo, tendo sido muito alterado pelos aterros aí realizados. Numerosas ilhas enfeitam essa seção do litoral carioca. Outros acidentes importantes nele encontrados são: as Pontas do Caju e Calabouço, ambas aumentadas por aterros. Algumas praias importantes encontram-se nesse trecho: Ramos, Flamengo, Botafogo e Urca.
O segundo setor vai do Pão de Açúcar até a Barra de Guaratiba A costa é alta quando as ramificações dos Maciços da Tijuca e da pedra Branca se aproximam do litoral; é baixa quando elas se afastam. Torna-se retilínea nas regiões planas, onde aparecem belas praias de restingas, e recortada junto às regiões montanhosas. Do Leblon para leste a faixa litorânea é mais densamente ocupada pela população urbana; para oeste é mais explorada para turismo e lazer; contudo a ocupação humana dessa área vem ultimamente sofrendo acréscimo. As atrações turísticas propiciaram a concentração de hotéis de alta categoria nesse trecho. Destacam-se no litoral oceânico duas praias: a primeira por sua extensão, 18km ao longo da avenida Sernambetiba, desde o pier da Barra da Tijuca até o Recreio dos Bandeirantes e Copacabana (4,15 Km), pela beleza de fama internacional.
O terceiro setor vai da Barra de Guaratiba até a foz do Rio Guandu. É pouco recortado e apresenta um único acidente importante - a Restinga de Marambaia. Nele se destacam três praias: Sepetiba, Pedra de Guaratiba e Barra de Guaratiba. A ocupação humana desse trecho é menos densa, não só por causa da distância que o separa do centro da cidade, como também porque apresenta grandes áreas pantanosas, cobertas de manguezais. É zona de colônias de pesca.

ILHAS

Dos 1.255,3 Km² do Município do Rio de Janeiro mais de 37 Km² correspondem às ilhas. Destas, a maioria se encontra na Baía de Guanabara. Mas há, também, as que ficam na costa atlântica e as da Baía de Sepetiba.

Principais Ilhas da Baía de Guanabara:

Laje; Villegaignon; Cobras; Fiscal; Enxadas; Governador (é a maior ilha, com cerca de 30 Km² de área); Paquetá; Cidade Universitária (conhecida como Ilha do Fundão).

Principais Ilhas do Litoral Atlântico:

Cotunduba - em frente à Praia de Copacabana, perto da barra da Baía de Guanabara;

Arquipélago das Cagarras - em frente a Ipanema;

Rasa - com um importante farol;

Arquipélago da Redonda - fora da barra, à esquerda;

Arquipélago das Tijucas - em frente à Barra da Tijuca;

Palmas e Peças - entre o Pontal Tim Maia (antigo Sernambetiba) e a Praia Funda;

Frade - junto à Barra de Guaratiba

Principais Ilhas da Baía de Sepetiba:

Bom Jardim; Nova; Cavado; Guaraquessaba; Tatu; Pescaria (unida ao continente por ponte).

CLIMA

É do tipo tropical, quente e úmido, com variações locais, devido às diferenças de altitude, vegetação e proximidade do oceano; a temperatura média anual é de 22º centígrados, com médias diárias elevadas no verão (de 30º a 32º); as chuvas variam de 1.200 a 1.800 mm anuais. Nos quatro meses do chamado alto verão - de dezembro a março - os dias muito quentes são sempre seguidos de tardes luminosas, quando em geral caem chuvas fortes e rápidas, trazendo noites frescas e estreladas.
Do Caderno CRH,da revista quadrinestral de ciências sociais editada pelo centro de Recursos Humanos da universidade Federal da Bahia,no Cad. CRH vol.22 no.55 Salvador jan./Apr. 2009,fala sobre Finanças, consumo e circuitos da economia urbana na cidade de São Paulo.

Partindo do novo papel financeiro e organizacional da cidade de São Paulo, buscamos compreender as interferências do circuito superior sobre o circuito inferior. Ambos os circuitos diferenciam-se pelos graus de capital, tecnologia e organização. Existe uma oferta extraordinária de crédito desburocratizado, realizada por instituições financeiras bancárias e não-bancárias, redes, franquias e outlet de eletrodomésticos, roupas e materiais de construção A complexa organização financeira do circuito superior, apoiada nos atuais sistemas técnicos e na propaganda, permite a expansão social e territorial dos seus mercados, evitando capacidades ociosas e invadindo os mercados tradicionalmente pertencentes ao circuito inferior. Ainda que se trate de um fenômeno nacional, sua densidade, na metrópole paulista, é indiscutível, com a maior concentração de estabelecimentos e dinheiro. Criam-se novos nexos de subordinação, e as áreas mais concentradas da metrópole tornam-se localizações necessárias para essas grandes empresas. Aumentam, concomitantemente, o consumo e a pobreza.
"A metrópole é um grande meio de produção material e imaterial, lugar de consumo e nó de comunicações. Para ali convergem resultados contraditórios de um processo de modernização, porque abriga a parcela mais significativa das atividades hegemônicas de produção e controle, com os salários mais altos e, ao mesmo tempo, as mais diversas escalas de renda, incluindo os salários mais baixos de uma nação.
Atividades bancárias e financeiras, comércios, indústrias e serviços modernos, frequentemente orientados para a exportação, constituem o circuito superior. Derivado dele, identificamos uma economia pobre, constituída por atividades de fabricação, comércio e serviços cujo grau de capitalização, tecnologia e organização é relativamente baixo. É o circuito inferior da economia urbana (Santos, 1975)."
Discutiremos aqui o papel que o sistema financeiro e as novas formas organizacionais de algumas empresas comerciais exercem na consolidação de um moderno circuito superior e suas interferências no circuito inferior da economia urbana. Nos dias de hoje, existe uma oferta extraordinária de crédito de instituições financeiras bancárias e não-bancárias, redes, franquias e outlet de eletrodomésticos, roupas e materiais de construção. Uma profusão de formas de crédito pessoal favorece o aumento do consumo e, simultaneamente, o endividamento, a inadimplência e a insolvência. As novas formas de venda de bens, serviços e inclusive dinheiro estão estreitamente vinculadas às novas configurações do meio construído na cidade de São Paulo, como as localizações em áreas de maior densidade do circuito inferior.
Neste caderno aprtir no vol.22 da ed.nº55, tratam de assuntos como as DIVISÕES TERRITORIAIS DO TRABALHO E SUAS ESCALAS,A INTERFERÊNCIA DO DINHEIRO GLOBAL NA CIDADE,DA OFERTA DESENFREADA À PROCURA DESENFREADA DE CRÉDITO NA CIDADE,APROPRIAÇÃO DO DINHEIRO SOCIAL E VALORIZAÇÃO DESIGUAL DO MEIO CONSTRUÍDO: algumas premissas, citando autores como SASSEN, Saskia. El reposicionamiento de las ciudades y regiones urbanas en una economía global: ampliando las opciones de política y gobernanza. Revista EURE, Santiago de Chile, v. 33, n. 100, p. 9-34, 2007.

Cronologia dos meios de transportes no Rio de Janeiro.

As primeiras vias na região onde hoje está situada a Cidade do Rio de Janeiro foram abertas pelos Tamoios, com objetivos estratégico e de defesa. Eram veredas no interior da floresta e dirigiam-se ao interior em direção à Serra do Mar (Santos, 1934). Os rios e a Baía de Guanabara eram as outras vias naturais utilizadas por eles
Para as viagens de longa distância, neste período, aqueles que desejavam ir às Minas Gerais, São Paulo ou ao interior do país, tinham que realizar, por exemplo, viagens que envolviam animais, barcos e começavam realizando um percurso pela Baía de Guanabara.
Com a chegada da família real portuguesa, por volta de 1808, foram trazidas pela corte os coches, carruagens, seges e cabriolets. Todos veículos para o transporte privado.
Considerando-se os limites urbanos da cidade, bem como as características daquela sociedade colonial portuguesa nos trópicos, pode-se afirmar que somente as "pessoas de posse" ou que possuíam seus próprios meios de transportes, tinham condição e direito de deslocar-se às localidades mais afastadas do centro histórico da cidade ou empreenderem viagens mais longas.
O transporte público só foi introduzido na cidade por volta de 1817, com a adoção das Gôndolas e Diligências, veículos de transporte coletivo puxado à burros e/ou cavalos, muito utilizados por todos que necessitavam deslocar-se dentro do perímetro urbano. Estes veículos operavam o transporte de passageiros entre o centro da cidade e o Palácio da Boa Vista, em São Cristóvão e de Santa Cruz, na Fazenda Real, por concessão.
Destaca-se o papel exercido pelos trens a partir de 1858, com a construção da Estrada de Ferro D. Pedro II, posteriormente denominada E. F. Central do Brasil. Este novo meio de transporte ofereceu, pela primeira vez, uma maneira veloz e confiável, que alcançava longas distâncias e circulava em horários pré estabelecidos e regulares. Inicialmente usado somente para o transporte de cargas - para escoar a produção de café do Vale do Paraíba em direção ao Porto do Rio de Janeiro - e para o transporte de passageiros de longa distância.
Outras ferrovias seguiram-se a esta primeira, tais como a The Leopoldina Railway Company (depois E. F. Leopoldina), E. F. Rio D'Ouro (hoje Linha 2 do Metrô), E. F. Melhoramentos do Brasil (depois Linha Auxiliar da Central do Brasil). Todas foram unificadas na Rede Ferroviária Federal S.A. (1957).
O trem favoreceu o surgimento dos bairros mais afastados do centro, na periferia, no que posteriormente veio a ser conhecido como os subúrbios ferroviários da Central do Brasil. Contribuiu muito, também, para o desenvolvimento dos municípios da Baixada Fluminense e da periferia distante do centro da Cidade do Rio de Janeiro (Abreu, 1987).
O bonde, inicialmente em tração animal e posteriormente eletrificado, foi o meio de transporte que, juntamente com os ônibus, também em tração animal, favoreceu o crescimento e desenvolvimento da cidade. O trem chegava até as estações, mas era o bonde que circulava no interior do bairro.


Primeiros ônibus da cidade do Rio de Janeiro.

Os bondes foram substituídos na década de 1960 pelos ônibus elétricos, denominados de "troleibus" ou "chifrudos" - por causa da forma de captação de energia elétrica da rede aérea - pela população carioca. Após breve período operado pela CTC, foi extinto e substituído pelos ônibus à diesel da mesma companhia estadual.
O uso das barcas como meio de transporte e passageiros pela existência de uma via natural, a Baía de Guanabara e a costa oceânica. Ao longo dos anos transportou cargas, veículos e passageiros, e foi reconhecido como um meio eficiente na ligação entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói.
Outras ligações, não só para a área central de Niterói, podem ser melhor exploradas, com impactos favoráveis no sistema de transporte, como um todo, e para o meio ambiente. Afinal todas as localidades, das cidades e/ou bairros, situadas às margens da baía ou na costa do estado são potencialmente habilitadas a serem servidas por barcas.

domingo, 3 de julho de 2011

"Nasceu quase de improviso. Em um mês derrubaram centenas de paredes, trabalho em que se empregou desde a dinamite até a junta de bois. E houve um bloco de casarões que foi arrasado pelo incêndio proposital. A abertura da avenida não foi uma obra friamente projetada e executada. Antes parecia uma obra de paixão."
E como foi por ela que começou a transformação urbanista do Rio, ela ficou como símbolo daquela transformação. (Manuel Bandeira, Crônicas inéditas I, Editora CosacNaify, pp. 177-8)


No dia 15 de novembro de 1905, a Gazeta de Notícias informava:

"Hoje deve ser entregue ao trânsito público a primeira Avenida construida no rio de Janeiro, que recebeu o nome de Central [atual Av. Rio Branco]. Como é igualmente sabido, esta grande artéria será oficialmente inaugurada hoje pelo Sr. presidente da República, que cortará as fitas que a fecham. Quase todos os prédios concluídos terão as suas fachadas ornamentadas com bandeiras e galhardetes."

sábado, 2 de julho de 2011

Pesquisa de fôlego :

O livro Geografia Histórica do Rio de Janeiro é fruto do trabalho de pesquisa de mais de 15   anos de Maurício de Almeida Abreu,geógrafo professor do Departamento de Geografia do Instituto de Geociências(Igeo)da UFRJ.A pesquisa sobre os séculos XVI e XVII emergiu de uma angústia do pesquisador ao estudar o século XIX e perceber que havia uma enorme lacuna na historiografia que diz respeito à urbanização da cidade do Rio de Janeiro do século XVI e XVII. A obra é um dos trabalhos mais completos que existem no que diz respeito à evolução urbana do Rio de Janeiro, e é vista como um clássico tanto para pesquisadores em Geografia quanto em História, em função da qualidade da pesquisa e do método-teórico aplicado.
O tipo de pesquisa realizada pelo docente talvez possa ser extinta no campo acadêmico em função do tipo de produção requisitada aos pesquisadores pelas agências de fomento, que acabam, estes, não tendo tempo para dedicar tantos anos a uma pesquisa específica.
Em linguagem clara, sem o pesado jargão acadêmico, Geografia Histórica do Rio de Janeiro é pesquisa de fôlego, inédita, geográfica e historicamente falando. Retrata com fidelidade os espaços carioca e fluminense ao longo de 200 anos, com todas as suas nuanças e dimensões da dinâmica de construção geo-histórica. O rigoroso trabalho delevantamento histórico tem duração de 15 anos e foi realizado em diferentes instituições brasileiras, portuguesas, francesas e do Vaticano. O trabalho resultou numa série de descobertas empíricas que, certamente, será marco na pesquisa nesta temática.
Em abril passado, Maurício Abreu recebeu a medalha Pedro Ernesto, comenda concedida pela Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, que é a principal condecoração municipal concedida à personalidade de destaque no meio social.
A reportagem do Jornal da UFRJ fez contato com o professor para entrevistá-lo acerca de sua obra, mas constatou sua impossibilidade de fazê-lo, uma vez que ele se encontra doente.
De qualquer maneira, a matéria, que pode ser entendida como um desejo de pronto-restabelecimento, se faz presente.

Texto - ZUKIN; Sharon. Paisagens urbanas pós-modernas: mapeando cultura e poder

Um dos trabalhos centrais é o da socióloga Sharon Zukin, do Brooklin College e da City University of New York, que comparece com dois textos na coletânea. Em "Paisagens urbanas pós modernas: mapeando cultura e poder", Zukin descreve, a partir de uma distinção entre "paisagem" e "vernacular", dois processos de relações entre cultura e poder observáveis no cenário urbano pós-moderno. No que ela classifica de "antigas cidades modernas", como Nova York, Chicago, Londres ou Paris, um desses processos é denominado "enobrecimento" (gentrification) e se caracteriza pela substituição, nos velhos centros decadentes, dos antigos moradores (e seu estilo vernacular) por novos personagens e atividades culturalmente valorizadas. Já em cidades como Los Angeles, Miami, Houston ("novas cidades modernas") o processo de valorização é resultado de outro padrão, como a construção de vastos complexos de consumo explorando a fantasia e o sonho, no estilo Disneyworld.

"Paisagens urbanas pós-modernas: mapeando cultura e poder", Zukin descreve, a partir de uma distinção entre "paisagem" e "vernacular", dois processos de relações entre cultura e poder observáveis no cenário urbano pós-moderno. No que ela classifica de "antigas cidades modernas", como Nova York, Chicago, Londres ou Paris, um desses processos é denominado "enobrecimento" (gentrification) e se caracteriza pela substituição, nos velhos centros decadentes, dos antigos moradores (e seu estilo vernacular) por novos personagens e atividades culturalmente valorizadas. Já em cidades como Los Angeles, Miami, Houston ("novas cidades modernas") o processo de valorização é resultado de outro padrão, como a construção de vastos complexos de consumo explorando a fantasia e o sonho, no estilo Disneyworld.

O texto refere-se à Paisagem urbana pós-moderna, (ressalta-se a imprecisão do termo, devido a dificuldade de como delimitar esse novo estágio relacionado ao conceito de liminaridade proposto pela própria autora que será discutido adiante, no entanto o mesmo reúne e avalia as conjunturas de mudanças espaciais, culturais e sociais).
”. [...] a pós-modernidade ocorre como um processo social de dissolução e rediferenciação e como uma metáfora cultural dessa experiência. Consequentemente, o processo social de construção de uma paisagem pós-moderna depende da fragmentação econômica das antigas solidariedades urbanas e de uma reintegração que é fortemente matizada pelas novas formas de apropriação cultural (p. 81).

A autora apresenta algumas características dessas mudanças espaciais:
· Consumo visual de espaço e tempo;
· Dissolução das identidades espaciais;
· Fragmentação econômica das antigas solidariedades urbanas;
· Reintegração fortemente matizada das novas formas de apropriação cultural;

Para Sharon Zukin existe uma inversão de paradigmas da narrativa pós-moderna. A razão da sociedade moderna se concretiza na forma como a sociedade se organiza. Nas cidades pós-modernas há uma alteração de uma ordenação, a imagem nem sempre corresponde, reflete a realidade da sociedade. Podemos analisar um desses exemplos na própria cidade do Rio de Janeiro, como edifício inteligente Rio Branco I, em contraposição a arquitetura moderna da cidade.

[...] Os sítios específicos da cidade moderna são transformados em espaços liminares pós-modernos, que tanto falseiam como fazem a mediação entre natureza e artefato, uso público e valor privado, mercado global e lugar específico. Liminaridade [...] um novo significado social e cultural de “espaços transicional”. [...] um espaço liminar situa o usuário “a meio caminho” entre instituições. O comportamento aprendido é sempre posto em questão quando a liminaridade cruza lugares lucrativos como não lucrativos, casa com espaços de trabalho, bairro (residencial) com centro (comercial) (p.82).
A liminaridade dificulta o esforço de construção de uma identidade espacial. As mesmas características que tornam os espaços liminares tão atraentes, tão competitivos em uma economia de mercado, representam também o desgaste da diferenciação local. As fontes dessa erosão encontram-se em três amplos processos de mudança que atravessam o século XX: a crescente globalização do investimento e da produção, a abstração contínua do valor cultural em relação ao trabalho material e a mudança do significado social – que era extraído da produção e hoje deriva do consumo (p. 82).
[...] uma paisagem urbana pós-moderna não apenas mapeia cultura e poder: mapeia também a oposição entre mercado – as forças econômicas que desvinculam as pessoas de instituições sócias estabelecidas – e lugar – as formas espaciais que as ancoram no mundo social, proporcionando a base para uma identidade estável (p.83).

A paisagem como apropriação cultural
Paisagem é o conceito-chave para compreendermos a transformação espacial (p.83).
[...] a paisagem é claramente uma ordem espacial imposta ao ambiente – construído ou natural. Portanto, ela é sempre socialmente construída: é edificada em torno de instituições sociais dominantes (a igreja, o latifúndio, a fábrica, a franquia corporativa) e ordenada pelo poder dessas instituições (p.84).
[...] a paisagem dá forma material a uma assimetria entre o poder econômico e o cultural. [...] o termo “paisagem” diz respeito à chancela especial de instituições dominantes na topografia natural e no terreno social, bem como a todo o conjunto do ambiente construído, gerenciado ou reformulado de algum modo. No primeiro sentido, a paisagem dos poderosos se opõe claramente à chancela dos sem poder – ou seja, à construção social que escolhemos chamar de vernacular –, ao passo que a segunda acepção de “paisagem” combina esses impulsos antitéticos em uma visão única e coerente no conjunto (p.84).
A pós-modernidade diz respeito à recente inversão das identidades socioespaciais entre paisagem e vernacular que tais mudanças implicam. Com o enobrecimento e as novas construções nos velhos centros das cidades, o que restou da residência unifamiliar particularmente arruinada, vernacular, é revisto como paisagem e investido de poder cultural (p.87).
Enobrecimento
Mesmo nos estágios preliminares do enobrecimento, a apropriação cultural é um processo que se dá em duas etapas. Primeiramente, um grupo social não relacionado de modo nativo à paisagem ou ao vernacular assume uma perspectiva de ambos. Em segundo lugar, a imposição de sua visão – convertendo o vernacular em paisagem – conduz a um processo material de apropriação espacial (p.89).
Nesse ponto, a apropriação cultural chega a um dilema. De um lado, a aura do conjunto será arruinada pelo contínuo desenvestimento econômico. Mas, de outro, ela será inundada por um influxo de capital, com o conseqüente risco de novas construções a seu redor. A substituição da população dos distritos centrais de classe baixa por “nobre” é, hoje, algo bem conhecido, ainda que os recém-chegados possam eventualmente desenvolver – dentro de limites culturais – uma variedade de estilos empobrecidos ou chiques (p.89).
Paisagem de sonho
O paradigma de James, de uma civilização de hotel, e a descrição de Banham, de uma arquitetura de fantasia, sugerem três elementos de uma paisagem pós-moderna extra-urbana: é um cenário, uma fantasia particular compartilhada e um espaço liminar que faz a mediação entre natureza e artifícios, mercado e lugar (p.91).
Esses três elementos ganham plena liberdade de ação na paisagem do Disney World, Como paisagem da pós-modernidade, ele incorpora um cenário ao mundo “real” do turista, ao mesmo tempo em que afasta esse cenário dos assuntos diários de trabalho, casa, família, trânsito engarrafado e orçamentos domésticos. Além disso, o Disney World desenvolve-se com base na comercialização da fantasia privada compartilhada (que tem origem em contos de fada, sonhos de aventura e fronteira e produtos do Estúdio Disney), e se expande por uma mediação contínua dessa fantasia através de novas aventuras, parques temáticos e produtos em rotação (p.91).
[...] o Disney World foi construído para consumo visual. Ele oferece um panorama e uma colagem da pós-modernidade. A variedade de conjuntos ou parques temáticos permite uma visão simultânea de paisagens reais e fictícias, algumas das quais são imaginativas recriações históricas e outras, puramente imaginárias (p.92).
Disney World apresenta o consumo seletivo do tempo como entretenimento. Ele abstrai uma imagem do desejo e do prazer infantis a partir do vernacular, e a projeta mediante a paisagem de um parque de diversões. A abstração do desejo torna-se o “recheio”, a isca comercial que os donos dos parques de diversões embutem em suas atrações (p.92).
David Harvey enfatiza o processo de acumulação flexível. Defende a ideia de que a arquitetura e o projeto urbano cria condições para um “mundo de ilusões”, a criação de espaços íntimos e grandes espetáculos. A forma como a cidade é apresentada muitas vezes se ressalta seu processo histórico na construção de grandes monumentos e a sua utilização de forma mercantilizada.

Referência:
ZUKIN, Sharon. Paisagens urbanas pós-modernas: mapeando cultura e poder. In Arantes, Antônio Augusto (org). O espaço da diferença. Campinas, Papirus, 2000.pp 80-103.

Documentário "Zona Crítica" - Mundo "Urbano" e "Rural"



O vídeo foi elaborado por Nina Fideles, João Campos e W.Jesus, a partir do curso de Teorias Sociais e produção do Conhecimento realizado em parceria entre a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Para realizar este trabalho, que teve como objeto o mundo urbano, os autores do filme optaram por levantar questões entre o grupo e testar maneiras de socializar-las, num processo de reflexão sobre a forma de produção e socializão do conhecimento que são imposto pelas instituições acadêmicas. Os integrantes participaram igualmente do processo, sem que fosse necessária a coordenação geral de um dos participantes ou a divisão entre quem pensa e quem faz.
O resultado final, segundo os autores, oferece uma plataforma para iniciar de fato os estudos. Alçar voos mais altos em termos de pesquisa e objeto é a meta. Mas sempre buscando permanentemente formas diversificadas para socialização de debates e construção coletiva de conhecimento.

Filme: Zona do Crime - "La Zona"


Um documentário que retrata a vida numa grande metrópole e as desigualdades sociais: Riqueza e pobreza convivem lado a lado na imensidão da cidade do México, onde luxuosas comunidades privadas com a sua própria força de segurança, estão rodeadas de bairros de lata. No seguimento de uma tempestade um enorme cartaz desprende-se e cria uma brecha nas barreiras de uma comunidade fechada por onde entram três jovens adolescentes que aproveitam a oportunidade para roubar. No entanto eles são confrontados por uma residente que acabam por matar, porém uma criada dá o alarme e os vizinhos reagem rapidamente matando dois dos assaltantes e ferindo acidentalmente um dos seguranças. O terceiro rapaz consegue escapar-se para o interior da comunidade que o começa a procurar tenazmente, porém quando a polícia chega lhes dizem que não aconteceu nada.
 
O diretor Rodrigo Plá nos faz refletir sobre um retrato complexo e intenso sobre a realidade da vida numa grande metróple denunciando os horrores do vigilantismo ao mesmo tempo que explora temas como a vida de privilégio, responsabilidade social e psicologia de grupo que na sua expressão mais negra pode levar ao crime. Uma magnífica primeira obra de um dos mais promissores realizadores mexicanos.


Rodrigo Plá para nos servir um filme realista e onde nos tenta forçar a olhar para nós e para a maneira como vemos os outros.
La Zona é um filme que aborda temas de fundo como o preconceito e a intransigência. Aqui, nem há bons nem maus, apenas pessoas comuns, umas a viver do lado “bom” de um muro, outros a sobreviver do lado “mau” desse muro. O argumento, linear mas interessantemente tratado, mostra um mundo dividido entre pobres e “normais”, um mundo onde os segundos vivem separados dos primeiros por muros; um assalto e assassínio leva ao “reunir de tropas” dos que vivem na “zona” em busca de uma vingança em vez de justiça. Sem fantasias, este filme põe-nos frente a frente com o melhor e o pior que pode haver numa sociedade moderna onde a justiça do “olho por olho” vai, aqui e acolá, reaparecendo.  Um bom filme que provoca reflexões sociais.

Roterios Geográficos do Rio


Roteiros Geográficos do Rio é um projeto de extensão do Núcleo de Estudos Sobre Geografia Humanística, Artes e Cidade do Rio de Janeiro – NeghaRIO – do Instituto de Geografia – IGEOG – da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. Coordenado pelo professor Dr. João Baptista Ferreira de Mello, conta com o auxílio de sua equipe de bolsistas.

Coordenador do Projeto:
Professor Dr. João Baptista Ferreira de Mello

O projeto “Roteiros” promove caminhadas gratuitas na Área Central do Rio de Janeiro de dia e à noite, e em outros pontos da urbe carioca, tais como os bairros Glória, Catete e Flamengo, bem como Copacabana, a “princesinha do mar”, e o bairro planejado Vila Aliança, situado na Zona Oeste da cidade, sendo este o único necessitando de um esquema de vans, ainda que no referido bairro proletário o roteiro seja feito a pé.

Catedral Plebisteriana

Roteiro: Iluminados prédios da Catedral Evangélica do Rio de Janeiro e Real Gabinete Português de Leitura – Centro Cultural Carioca – Igreja Nossa Senhora da Lampadosa – Av. Passos – Território da “daspu” – Praça Tiradentes dos teatros seculares e dos modernos hotéis – Rua da Constituição – Gomes Freire dos hotéis de alta rotatividade – Lavradio dos antiquários e casas de shows de iluminação mutante – Quarteirão Cultural e do Rio Scenarium – Esplanada de Santo Antonio – Largo Braguinha – Mem de Sá dos sobrados exuberantes, samba de raiz, marchinhas, mambo, funk, rock, travestis e mitológica malandragem – Seculares e simbólicos Arcos da Lapa – Rua Joaquim Silva – Escadaria Selaron – Igreja Nossa Senhora do Carmo da Lapa – Sala Cecília Meireles
Duração: 2h30min

Real Gabinete Português de Leitura – Centro

Os eventos descortinam a geografia, a história, a arquitetura, a religiosidade, as artes e a cultura, afora o cotidiano da cidade Maravilhosa de São Sebastião do Rio de Janeiro revelando seus meandros, gênese, expansão, simbologias e metamorfoses.

Tal iniciativa se insere no conjunto de medidas com vistas à promoção da auto-estima de sua gente em relação ao seu próprio universo vivido, convidando, igualmente, para essa ciranda empática, turistas brasileiros e estrangeiros.

O projeto procura resgatar o espaço urbano carioca, traduzindo, dessa forma, a cidade como um livro aberto a ser explicado, ampliando, assim, os domínios do conhecimento dos participantes sobre a própria geografia na qual criam, atuam e vivem.

domingo, 15 de maio de 2011

Impactos do Projeto Porto Maravilha


www.youtube.com/watch?v=P5FVL9vfWm8

Porto Maravilha: gasômetro do Rio pode virar área residencial

10/08 às 23h09 O Globo RIO - A prefeitura planeja transformar parte do espaço ocupado há quase cem anos pelo gasômetro de São Cristóvão em um bairro com residências e comércio, dentro do projeto Porto Maravilha, de revitalização da região, como mostra reportagem de Luiz Ernesto Magalhães, na edição do GLOBO desta quarta-feira. A área será comprada pelo município da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e revendida para a iniciativa privada construir os imóveis, como parte das operações da Companhia Municipal de Desenvolvimento Urbano do Porto (Cdurp).
A informação foi dada, na terça-feira, pelo secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Felipe Góes, durante a cerimônia de assinatura do protocolo de intenções para a implantação do Parque Tecnológico Barão de Mauá, em um imóvel desocupado da CEG na Avenida Presidente Vargas. A ideia é criar no local, até 2012, um pólo de produção de soluções de Tecnologia de Informação (TI) para as áreas de petróleo e gás. O projeto é desenvolvido em parceria com a PUC, o Instituto Brasileiro de Petróleo e a Microsoft.
Goes explicou que as negociações para compra do terreno, hoje ocupado em parte pela CEG, devem começar em dezembro, após a prefeitura concluir a compra de dois terrenos da Rede Ferroviária Federal, eleitos como pilotos para o projeto de revitalização.
A área do gasômetro mede 115 mil metros quadrados mas está sendo subutilizada desde que a CEG concluiu, em 2007, a conversão dos imóveis do Rio de gás manufaturado para gás natural. Hoje, apenas um tanque é mantido inflado, como referência à história da região.
Leia a íntegra desta reportagem na edição de O Globo digital (disponível somente para assinantes)
Leia mais:Instalações do TJ começam a funcionar no porto até janeiro Projeto Porto Maravilha deve receber investimento de R$ 3,5 bi do FGTS Porto Maravilha: Rodrigues Alves vai se tornar via expressa
http://moglobo.globo.com/integra.asp?txtUrl=/rio/mat/2010/08/10/porto-maravilha-gasometro-do-rio-pode-virar-area-residencial-917368223.asp 
 
SITUAÇÃO ATUAL
A região portuária da cidade do Rio de Janeiro encontra-se em estado de grande degradação, com abandono de prédios e ruas e com espaços públicos praticamente sem uso pela população e pelos turistas. A exemplo do que acontece em regiões portuárias de outras cidades do mundo, a revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro apresenta um grande potencial econômico, turístico e social para a região.

DESCRIÇÃO
O programa consiste na implantação de obras de infraestrutura e articulação com a iniciativa privada e governos estadual e federal de forma a promover uma completa revitalização (econômica, social, ambiental e cultural) da região portuária do Rio de Janeiro (bairros da Saúde, Gamboa, Santo Cristo e parte dos bairros do Caju, São Cristóvão e Centro) criando espaços de arte, cultura, entretenimento, educação e habitação.

RESULTADOS ESPERADOS
Revitalização da área com a melhoria na condição de vida local, consequente atração de novos moradores e empresas para a região, além da restauração do patrimônio histórico e cultural e incremento do turismo na região.

META
Concluir, até o final de 2012, a fase 1 do projeto Porto Maravilha (inclui a abertura da Pinacoteca, a reforma do Píer Mauá, a recuperação de armazéns nas docas, a revitalização
do bairro da Saúde, a garagem subterrânea da Praça Mauá e a construção de um novo acesso viário ao porto).

Neste contexto podemos observar como exemplo uma área que encontrava-se esquecida e desvalorizada que agora torna-se supervalorizada. No qual a especulação imoboliária volta a crescer diante deste novo cenário.

Texto - SASSEN, "As Cidades na Economia Mundial"

Saskia Sassen (1949, Haia, Países Baixos) é uma socióloga holandesa, conhecida porsuas análises nos fenômenos de globalização e de migração urbana, e por ter cunhado o termo cidade global. É atualmente professora na Universidade de Chicago.
O procedimento de rotular ou não uma cidade de “global” a partir da demandasem dar maior atenção às dinâmicas intra-urbanas da produção do espaço – ganhou força quando a universidade o legitimou, em especial com a publicação, no início dos anos 90, da pesquisa de Saskia Sassen, “A cidade-global” (1996). Extremamente difundida no meios acadêmicos, a tese de Sassen analisa três grandes metrópoles no mundo, Nova-York, Londres e Tóquio, mostrando as mudanças que sofreram para adaptar-se às novas dinâmicas da economia globalizada. A partir delas, Sassen e muitos outros autores se propuseram a detalhar o que seria a “cidade-global” padrão, e quais suas diferentes hierarquizações.
De forma muito resumida, essas teorias pretendem que as novas dinâmicas econômicas, de flexibilização e desregulação da economia, de aumento dos fluxos de capital e do papel do capital financeiro, de fortalecimento da economia de serviços por sobre a economia industrial do pós-guerra, estariam provocando a necessidade das cidades responderem a uma nova demanda significativa por edifícios capazes de atender às exigências de um novo e moderno setor econômico, que Sassen chamou de “terciário avançado”.
A definição de “cidade-global” que ganhou mais força conceitual nos meios acadêmicos de urbanismo, e que se preocupa sobremaneira com as novas configurações espaciais voltadas ao terciário moderno, dando pouca importância – ou nenhuma – às gritantes desigualdades sociais que caracterizam as cidades modernas do mundo subdesenvolvido. Há outras definições, bem mais aceitáveis, dentre as quais a de Milton Santos, para quem a noção de “cidade-global” envolve também os antagonismos da desigualdade e da exclusão associados a essas grandes metrópoles, e que devem ser considerados numa nova dinâmica de espaço e tempo própria justamente aos novos tempos da globalização.
Cidade global (também chamado de cidade mundial) é uma cidade considerada um ponto importante no sistema econômico global. O conceito vem dos estudos urbanos e da geografia e se assenta na ideia de que a globalização criou, facilitou e promulgou locais geográficos estratégicos de acordo com uma hierarquia de importância para o funcionamento do sistema global de finanças e comércio. A mais complexa dessas entidades é a "cidade global", através da qual as relações vinculativas de uma cidade têm efeito direto e tangível sobre assuntos globais através de meios sócio-económicos.
A expressão "cidade global", em oposição à megacidade, foi introduzida por Saskia Sassen, em referência a Londes, Nova York e Tóquio, em sua obra de 1991 "A Cidade Global".

Algumas características básicas de cidades globais são:
  • Familiaridade internacional: uma pessoa diria Paris, e não Paris, França;
  • Influência e ativa participação em eventos internacionais. Por exemplo, a cidade de Nova Iorque sedia a Organização das Nações Unidas, e em Bruxelas se encontram as sedes da Organização do Tratado do Atlântico Norte e da União Europeia;
  • Uma grande população, onde a cidade global é centro de uma área metropolitana de pelo menos um milhão de habitantes, muitas vezes, tendo vários milhões de habitantes;
  • Um aeroporto internacional de grande porte, que serve como base para várias linhas aéreas internacionais;
  • Um sistema avançado e eficiente de transportes. Isto inclui vias expressas, rodovias e transporte público;
  • Sedes de grandes companhias, como conglomerados e multinacionais; Uma bolsa de valores que possua influência na economia mundial;
  • Presença de redes multinacionais e instituições financeiras de grande porte;
  • Infraestrutura avançada de comunicações;
  • Presença de grandes instituições de artes, como museus;
  • Grande influência econômica no mundo.

Cidades Globais

Cidade global (também chamado de cidade mundial) é uma considerada um ponto importante no global. O conceito vem dos e da e se assenta na idéia de que a criou, facilitou e promulgou locais geográficos estratégicos de acordo com uma hierarquia de importância para o funcionamento do sistema global de finanças e comércio. A mais complexa dessas entidades é a "cidade global", através da qual as relações vinculativas de uma cidade têm efeito direto e tangível sobre assuntos globais através de meios sócio-económicos.

A expressão "cidade global", em oposição à megacidade, foi introduzida por Saskia Sassen, em referência a Londres, Nova York e Tóquio, em sua obra de 1991 "A Cidade Global". O termo "cidade mundial" já tinha sido usado por Patrick Geddes, em 1915, para descrever as cidades que controlam uma quantidade desproporcional de datas de negócios globais. Depois dele Peter Hall, em sua obra The World Cities (1966) usou uma série de critérios para definir as cidades que ocupam o topo da hierarquia urbana mundial. Vinte anos depois, John Friedmann lançou The World City Hypothesis e indicou as cidades que comandavam a economia global.

Algumas características básicas de cidades globais são:

  • Familiaridade internacional: uma pessoa diria Paris, e não Paris, França;
  • Influência e ativa participação em eventos internacionais. Por exemplo, a cidade de Nova Iorque sedia a Organização das Nações Unidas, e em Bruxelas se encontram as sedes da Organização do Tratado do Atlântico Norte e da União Europeia;
  • Uma grande população, onde a cidade global é centro de uma área metropolitana de pelo menos um milhão de habitantes, muitas vezes, tendo vários milhões de habitantes;
  • Um aeroporto internacional de grande porte, que serve como base para várias linhas aéreas internacionais;
  • Um sistema avançado e eficiente de transportes. Isto inclui vias expressas, rodovias e transporte público;
  • Sedes de grandes companhias, como conglomerados e multinacionais;
  • Uma bolsa de valores que possua influência na economia mundial;
  • Presença de redes multinacionais e instituições financeiras de grande porte;
  • Infraestrutura avançada de comunicações;
  • Presença de grandes instituições de artes, como museus;
  • Grande influência econômica no mundo.