terça-feira, 5 de julho de 2011

A Globalização e seus reflexos na Cidade

A partir das aulas tivemos a oportunidade de observar inúmeros elementos que conferem certa dinâmica a cidade. Ao pensar a transição dos determinantes principais das dinâmicas das cidades compreende-se que nos séculos XVII e XIX as cidades eram moldadas de acordo com o os dinamismos dados pelas fábricas. Atualmente, nas grandes cidades não há concentração de grandes parques industriais. O motivo para tal fato é o processo de descentralização da produção dado pela terceira revolução industrial (Revolução Técnico-cientifico-informacional), mas também essa revolução abrange os sistemas de comunicação e transporte, dando uma idéia de compressão do espaço-tempo.
Assim a partir do reordenamento das demandas da globalização, São Paulo como uma cidade global possui como vocação os negócios, por conta do grande fluxo de informações e transações de negócios ligadas ao mundo, já o Rio de Janeiro é visto como uma cidade voltada para eventos e de acordo com a lógica da globalização as cidades buscam sua vocação gerando as chamadas hierarquias de cidades.
A globalização é colocada como um ser de inteligência própria que impõe sua vontade de forma a transformar e determinar o futuro e presente. Com o poder de modificar e dar novos rumos a economia, à cultura e as relações sócias como também a política em todas as cidades este modo de ver a globalização ratifica seu caráter absoluto inquestionável de uma realidade dada e acabada. De forma que impossibilita questionamentos e oposições uma vez que traz em si uma só visão a - espacial da globalização...
Sob esta ótica, as desigualdades e as diferentes formas de “exclusão” continuam são justificadas como derivadas de estágios de avanços ou atraso de uma dada sociedade frente a um modelo econômico como o papel cada vez menor do estado, o inimigo da justiça social e de valores culturais.
O mercado mundial de cidades e o novo modelo de gestão urbana atrelado ao empreendedorismo urbano, tornando-as capazes de atrair o público qualificado que lhe propicie investimentos e que sejam potenciais consumidores, o que não é o perfil da maioria dos moradores da cidade, principalmente os moradores dos subúrbios, que vivem em situações de pobreza, exclusão, segregação, preconceito discriminação, desemprego, subemprego falta de participação política e dificuldade de mobilidade deixando-os isolados cada vez mais do restante da cidade, ou melhor, do lugar onde as coisas acontecem.

população em situação de rua no Centro da cidade
 A violência é outro fator que é resultado de várias modalidades de desigualdades a pobreza não deve ser compreendida como único fator de desigualdade ou reduzida a critérios meramente econômicos. A valorização do individualismo em que as pessoas se enclausuram em seu mundo particular e virtual em que o sentido de comunidade não é mais o mesmo, os laços de solidariedade são rompidos, é um processo de ruptura nas relações que se tornam cada vez mais virtuais mesmo que de forma desigual a população mais pobre vem tendo acesso a internet o que da principalmente aos mais jovens o sentido de pertencimento á este mundo globalizado mesmo que de forma virtual, a inclusão digital e proporcionada por ONGs e instituições que atual dentro de comunidades, no o que se destaca são as Lan House de forma muita das vezes ilícitas como gatonet, gatovelox sendo viabilizando pelas ações do trafico ou milicianos que ao mesmo tempo em que agem com violência na localidade possibilita o acesso a recursos informacional.
A globalização não abrange da mesma forma e tão pouco tem contribuído para superação das desigualdades inerentes da sociedade capitalista como desemprego, em larga escala a informalidade o crescimento da violência e criminalidade o agravamento dos problemas ambientais que prejudica toda cidade sendo a população pobre aos que são mais atingidos por esses problemas. Os citadinos de países pobres vivem em seu cotidiano a realidade desfavorável quanto às possibilidades de acesso e de escolhas e dificuldade de mobilidade.
O que pode se concluir é que os gestores desta cidade mesmo com o caos urbano explicitamente recorrente têm suas ações voltadas para capacitar a cidade para que esteja seja atraente ao capital estrangeiro, e seus problemas cotidianos são deixados a margens sem resposta ou com ações como choque de ordem que acontece principalmente para esconder de vias como Av. Brasil, Linha Amarela e linha vermelha os ambulantes e as favelas, agora são encobertas por placas de acrílico com pinturas de paisagens e monumentos turísticos da cidade o motivo para tal investimento é para diminuir a poluição sonora nas comunidades, (não tem nada haver em serem as vias em que os turistas atravessam a cidade quando chegam ao aeroporto internacional) na tentativa de esconder as mazelas da cidade. As demandas reais são negligenciadas para que os investimentos sejam voltados para aqueles que se pretende atrair turistas empresários.
As contradições geram na cidade a essência do medo. Medo da violência que atinge todas as casas pela colagem da cidade feita pela mídia, onde a população busca o direito ao uso da cidade no âmbito privado. E o lazer que era feito na esfera publica (praças) passam para a esfera privada (shoppings). Com isso, as relações passam a serem superficiais, ocorre o estranhamento. Os vizinhos mal se cumprimentam. E a lógica da cidade é cada vez mais mercadológica.
Fotos de Cidade Jardim | Barra da Tijuca
A cidade é apresentada como heterogênea, pois em sua paisagem fica clara a grande contradição e as desigualdades ali existentes (riqueza versus pobreza; velho e o novo). E assim, a cidade se torna complexa, surgem novos atores, aparecem novas disputas pelo uso do solo urbano (favela versus condomínios fechados) e outras territorializações.
Há uma nova urbanidade, novos hábitos e novos usos. Num espaço que oscila entre a propriedade privada e o uso coletivo, encontram uma envolvente onde tudo está organizado, o ambiente a temperatura estão controlados, onde os nossos passos estão vigiados e onde se as pessoas se sentem seguras, apesar de ser – ou talvez por este for – um local onde a idéia de interação autêntica entre os cidadãos desapareceu por completo. O enorme sucesso dos ambientes controlados dos gigantescos centros comerciais e procuram reproduzir as estruturas e os elementos morfológicos urbanos tradicionais – como as ruas, as praças, os jardins ou os quarteirões– e que não são mais do que tentativas de cópia ou reprodução imperfeita do espaço público urbano tradicional, são a prova desta mudança de perspectiva, que agora identifica uso com consumo e segurança com privatização.
Então, a cidade é o palco de transformações constantes, de intenso processo de fragmentação dos espaços e das relações sociais, das territorializações, dos conflitos, das contradições. Mas também, é o lugar da arquitetura, da política, da administração, do comércio, da cultura e da primeira manifestação dos valores urbanos (que a transcende e chega ao rural). Por isso, conhecer a cidade é detalhar e desmistificar todos seus problemas e suas vantagens.
Texto Final: Postado por Carolina Périssé

Referências:
Bibliografia utilizada em sala de aula

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